Sejam bem vindos

notícias

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

“MUITO PRAZER, MARINA!”


No texto que fiz para a última tarefa, falei do prazer que senti ao relembrar a experiência de quando fui apresentada a Monteiro Lobato. 

Ao pensar sobre qual texto iria comentar dentre todos os que nos foram literalmente apresentados em sala,  decidi tratar de um que não foi. Mas que indiretamente me foi apresentado pela Professora Marly Amarilha.

Em um de nossos degustes literários foi-nos lido com maestria o conto Nunca Descuidando do Dever¹, de Marina Colassanti. O jeito singular, da autora, de descrever a carreira de uma esposa- dona de casa, sua total dedicação e seu final surpreendente realmente me encantaram. Posteriormente tivemos o privilégio de ler A Moça Tecelã, da mesma autora, em que a história é tecida com imaginação e singeleza nos fazendo acreditar que é possível construir e refazer nossos sonhos!  Foi então que fui procurar uma de suas obras para mim! Eu tinha que ter um de seus livros! Comprei  Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento, que reúne treze contos, inclusive A Moça Tecelã, e é sobre um deles que escreverei.

O que você faria se um belo dia você se olhasse no espelho e não visse sua imagem? Eu confesso que não sei qual seria a minha reação. Essa é a trama de À Procura de um Reflexo².  Uma moça muito bonita acorda pela manhã e vai ao espelho para trançar seus cabelos e não se encontra. Ela parte, então, a procura de seu reflexo e em sua busca acaba por encontrar a Dama dos Espelhos, travando uma batalha para conseguir de volta o que era seu.

Então vamos pensar juntos: quantas vezes nos olhamos no espelho, nossa imagem está ali, mas não nos reconhecemos? 

O texto aborda com inteligência a busca de se encontrar a si mesmo, de se reconhecer, e de se ver feliz com quem você é e com as escolhas que fez!  “(...) E a moça se aproxima, se ajoelha, estende o queixo, boca entreaberta para matar a sede. Mas no manso fluir da margem outra boca a recebe. Boca idêntica à sua, que no claro reflexo do seu rosto lhe sorri.” ( p.80)

Então, por que esse conto pode ser relevante na formação do leitor? Ou melhor, por que esse conto foi relevante na minha formação de leitor? Porque ele me ajudou a perceber que, apesar de nem sempre nos reconhecermos como leitores-praticantes vale a pena  procurar no novo o conhecimento que a leitura de literatura nos oferece. Um conhecimento, que muitas vezes não está escrito nas linhas do livro, mas sim nos espaços vazios, que eu preencho com minhas experiências. E que a tornará significativa para mim. E assim sendo me encontrar como leitor: conhecendo meus gostos, meus interesses, meus autores preferidos ou não. Como vou saber se não buscar, se não tentar ler algo diferente ou novo? Cada um de nossos dias pode ser essa jornada de autoconhecimento.

Você, que me lê, pode muito bem, fazer outra interpretação desse conto, mas será de acordo com suas experiências, seus gostos e suas preferências!  O importante mesmo é ao se deparar com o novo dizer-lhe: muito prazer!! Para mim, foi: Muito prazer, Marina!
Bárbara Fernandes Costa
1.       1. In: COLASSANTI, Marina. Contos de Amor rasgados. Rio de Janeiro, RJ: Rocco,1986.
2 .____________________.  Doze Reis e a moça no labirinto de vento. 12 ed. São Paulo: Global, 2006.


Nenhum comentário:

Postar um comentário