Na minha infância não tive muito contato com a literatura. Conheci apenas alguns contos de fadas na educação infantil. No ensino fundamental e médio a obrigação de preencher as fichas de leitura dos livros indicados pelo professor, não causava prazer algum, era mesmo por obrigação.
Ainda bem que a vida nos proporciona diversos momentos e oportunidades. Ao cursar a disciplina teoria e prática da literatura, conheci a literatura e a sua importância na vida das pessoas. Hoje, consigo perceber que a literatura deve estar presente nas nossas vidas, pelo fato de nos ajudar a ler o mundo de várias maneiras, de contribuir para nossa construção enquanto sujeitos entre outros.
Um dos textos literários que mais marcou o descobrimento desta arte foi o livro A chave do tamanho de Monteiro Lobato. Mais precisamente um trecho lido em sala de aula pela professora Marly. Vejamos o trecho: "Emília demorou na resposta. Estava pensando. Isso de falar a verdade nem sempre dá certo. Muitas vezes a coisa boa é a mentira. "Se a mentira fizer menos mal do que a verdade, viva a mentira!" Era uma das idéias emilianas. "Os adultos não querem que as crianças mintam, e no entanto passam a vida mentindo de todas as maneiras — para o bem. Há a mentira para o bem, que é boa; e há a mentira para o mal, que é ruim. Logo, isso de mentira depende. Se é para o bem, viva a mentira! Se é para o mal, morra a mentira! E se a verdade é para o bem, viva a verdade! Mas se é para o mal, morra a verdade!"
Todas as vezes que faço a degustação deste trecho, reflito sobre os meus comportamentos. Principalmente no que se diz respeito a criança. Muitas vezes desprezamos o que as crianças nos relatam, achando que elas não sabem de nada. Todavia, Emília nos prova que a criança é um sujeito que tem suas experiências e que também faz questionamentos. E que nós adultos precisamos estar abertos para aprender com elas.
Renata Gomes Marques da Silva Souza.
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