A temática sobre a funcionalidade da biblioteca no ambiente escolar é hoje muito debatida, e por sua vez tem resultados assustadores devido ao abandono predominante na maioria das escolas no que se refere à utilização deste espaço, biblioteca.
O texto “Lili e os Moinhos” remonta de forma divertida essa realidade tão triste. Após a leitura desse texto fiquei me perguntando se todos os profissionais da educação tivessem a iniciativa de Lili. No momento em que se depara com a real situação do seu ambiente de trabalho, fica triste e desmotivada, mas a força de vontade fala mais alto e assim trabalha exaustivamente para que aquele lugar inicialmente abandonado e visto como local de “castigo” se transformasse num ambiente adequado para à prática de leitura, pesquisa e diversão.
De maneira por vezes cômica, Lili reage à falta de interesse dos profissionais que ali estão trabalhando. Inicialmente fez uma faxina naquele lugar frio e cheio de traças, queimou os livros sem utilidade, fez atividades para arrecadar recursos para obtenção de novos livros e outros materiais como discos e mapas, ainda utilizou recursos diversos, como músicas tocando na biblioteca e ainda a criação da “Gibiteca”, com a propaganda de que haviam gibis na biblioteca, com essa prática criou uma dinâmica de conquista dos alunos trazendo cada vez mais pessoas a freqüentar aquele ambiente.
Lili ainda percebeu como a pesquisa era desvalorizada naquela escola e como os alunos tinham o hábito de irem à biblioteca fazer pesquisas de forma mecânica, somente no “copeiar” da enciclopédia Barsa, isso devido à falta de orientação adequada vinda principalmente dos professores, assim instigou os alunos e colando um cartaz que dizia “Pesquise antes!”, fez com que eles se apropriassem mais do acervo o que gerou inquietude e dúvidas a serem tiradas em sala de aula. Essa atitude de Lili causou polêmica entre os professores, que indignados pediram ao diretor que a bibliotecária parasse de interferir dentro da sala de aula.
Pois é, a situação contada no texto não se difere muito do que se vê nas escolas atualmente! Cada vez mais, novos profissionais chegam ao mercado de trabalho e infelizmente se deparam com situações desmotivadoras como essa de Lili, no entanto a maioria não tem essa força para gerar a mudança e acabam sendo alienados com o sistema imposto nas escolas hoje em dia. A perspectiva do trabalho com o “novo” gera ainda muito desconforto entre os profissionais da educação. De acordo com Garcia (1984) uma biblioteca funcional é aquela que desempenha uma função específica dentro da programação e técnicas escolares, onde a criança aprende a gostar de ler, a se auto-expressar, a se educar. Sendo assim, por essa razão é que se torna indispensável à orientação e participação do professor e toda a equipe da escola num trabalho conjunto à biblioteca.
Por: Gabriella Pereira do Nascimento
Referências:
GARCIA, E.G. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. SP; Ed. Loyola. 1989.
MILANESI, Luis. A casa da invenção. São Paulo: Siciliano, 1991.
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